Indignação pela indignação insignificante de uma banalidade coletiva


Sobre a indignação desmedida do "hoje em dia" há algo a dizer... Há vários elementos, no âmago da sociedade, que fazem com que indivíduos, homens e mulheres, se exponham, publicamente, manifestando uma indignação exasperada sobre um qualquer assunto, desde os assuntos mais complexos até às perfeitas e banal banalidades do quotidiano. Mais, pessoas com alguma "reputação" a meter devido à sua actividade profissional, expõem-se, de forma quase caricata, indignando-se relativamente a questões que, do ponto de vista empírico e factual, nada mais são do que evento de um quotidiano simples, frequente e comum.
A verdade é que, ao contrário do que ocorria em épocas onde, verdadeiramente e devido às circunstâncias sociais, económicas e políticas, as pessoas se indignavam e arriscavam tudo ou quase tudo no sentido de defender uma indignação razoável. Hoje em dia, certo tipo de indignação já não é, sequer, razoável.
A indignação abrupta perante o que determinado indivíduo ou profissional dia na TV ou nos jornais já é, de tal forma, relativizado que, no geral, tudo passa a poder ser "abruptamente" criticável e criticado. O problema principiar e o que revolta mesmo é quando a relativização ou a  falta dela não se aplica de nós para nós mesmos.
Isto trocado por miúdos é bem simples... indignam-se aqueles que criticam um determinado indivíduo, geralmente do sector público, que não declara, devendo fazê-lo, bens e património próprio... no entanto, a indignação de estes para com aqueles esquece-se de referir, relativizando, que a fuga aos impostos é praticada... e a desculpa é sempre a mesma... "com o que pago de impostor... se não fugir, não consigo sobreviver...." esquecendo que aquele indivíduo que não declara património, se o declarar corre um grave risco...
Por outro lado, aqueles que sentados em casa estão e que nos seus locais de trabalho poucas competências tem, criticam, com uma indignação bacoca, outros que, por mais maus que possam ser, bem medido e bem pesado, estão "anos-luz" à frente dos indignados bacocos.
Em suma, esta indignação bacoca está a proliferar e a atingir proporções verdadeiramente irritares.. Mas o que fazer? há que relativizar? é essa a solução?
O problema é que, de factro, o problema das pessoas que "não sem mancam" está a crecser a passos largos e rapidamente. A grande vantagem é que esta indignação bacoca só afteta, por enquanto, a psique social.

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