Os discrurso do 25 de Abril, em 2020

Triste, tristes algumas posturas de alguns deputados e gentes com actividade pública e responsabilidade pública, cívica e social e política. Passadas algumas horas dos diversos discursos relacionados com as comemorações do 25 de Abril de 1974, hoje, em 2020, fica a sensação de que existem alguns indivíduos, um pouco por toda a parte que, sem se aperceberem, deixam, em publico, as suas verdadeiras opções e ideias.

Como ouvi em alguns locais e espaços de discussão pública, pessoas, com ou sem responsabilidade, compararem as celebrações de um 25 de Abril a festas de aniversário de país, avós, netos e demais família é, sem dúvida e, no mínimo, bastante caricato. No entanto, esta opiniões não se ficam pelos comuns dos mortais, passam para a esfera publica e política.

O sr. Telmo Correi do CDS PP, num discurso curto, pois pouco teria a dizer, referiu que o "CDS discordou desta cerimónia...." mas propôs uma alternativa "viável" e "responsável"... para uma evocação que considerou fundamental.... "por representar a Liberdade"... Bem, passando pelos meninos que não podem ver os seus amigos, funerais sem familiares, velhinhos e outras argumentações já clássicas, o Telmo Correia "chegou"-se ao CHEGA numa argumentação bacoca, simplório e populista. Comparar as comemorações do 25 de abril, a tarefa dos deputados, o envolvimento das mais altas inconstâncias do estado e da democracia....

Diz o Telmo que muito não vão poder estar com as suas mães.... ou celebrar a sua fé no dia 13 de Maio... Bem, acho inacreditável alguém sequer tentar comparar, publicamente, o 13 de maio a uma comemoração na assembleia da república com, por mais que seja, 130 a 150 pessoas... É inacreditável tentar iludir, publicamente, as pessoas, levando-as a reflectir sobre tal comparação.

No entanto, eu questiono uma coisa.... o que leva a estas pessoas a exporem-se, com o grau de simplicidade com que o fazem, a estas questões... e a estes argumentos? na realidade escapa-me a resposta. 

Na verdade, não me passa pela cabeça que, um deputado, por mais simplista que seja, possa, intuitivamente, querer comparar a visita de um filho a uma mãe, em época de pandemia, a um ato destacado a nível nacional e internacional que, no mínimo, é um evento que simboliza o estado actual da demonocracia e a queda de um regime autoritário, corrupto, repressivo e em decadência.

Por isto, só posso acreditar que a vontade em de fazer destacar ou em se fazer notar leva, muita gente, ao devaneio e à loucura. É o melhor que consigo... pois, não quero e não posso acreditar que, nas cadeiras de um parlamento democrático se possam sentar, ainda, fascistas e defensores de uma ideologia ambíguas.

Nem vou perder tempo a falar do CHEGA pois esse, esse partido/indivíduo só diz o que diz pois imagina que consegue manipular pessoas e grupos de pessoas com conversas pouco inteligentes. No entanto, continuo-me a questionar por que motivo um advogado, antigo vereador e militante do PSD, com ideias moderadas e com comentários futebolísticos também moderados, consegue virar tanto a casaca que defende tudo e o seu contrário.

Espero que PORTUGAL continue, apesar de todos os problemas de corrupção, desequilíbrio, iniquidade, falta de justiça e saúde, educação deficiente, etc...,  na senda dos moderados e não embarque em conversas fáceis e simplórios.
De destacar o excelente discurso de Marcelo rebelo de Sousa. Fantástico mesmo.

25 de Abril... Sempre...